Nossas Deficiências
Deficiência é o termo usado para descrever a ausência ou a disfunção de uma estrutura anatômica, fisiológica ou psíquica. A expressão pessoa portadora de deficiência pode ser aplicada referindo-se a qualquer pessoa que possua uma deficiência. Estes conceitos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde.
Queira ou não, quando nós dizemos que tal pessoa é portadora de deficiência, nosso ego automaticamente fica inflado, feliz por sermos pessoas normais. Claro que não admitimos isso pois é politicamente incorreto, no entanto é exatamente isso o que acontece.
Nosso ego é o que nos deixa snobes, que faz com que pensemos que somos melhores do que os outros. Com certeza é saudável que tenhamos uma elevada auto-estima, no entanto, nosso ego pode ultrapassar os limites e tornar-nos pessoas arrogantes. Para que isso não ocorra, é importante mantermos uma vigília constante no ego.
Assim sendo, seguindo a definição da OMS, vamos ver se somos realmente pessoas totalmente normais.
Você consegue ver normalmente sem o auxilio de óculos ou lentes de contato? Otimo! Você tem uma visão normal. Não consegue? Precisa de óculos/lentes? Lamento informa-lo mas você sofre de um certo grau de deficiência visual. Nunca havia parado para pensar nisto antes? É sempre mais fácil enxergarmos a deficiência alheia do que a nossa. Além do mais, deficiência visual não significa necessariamente cegueira, mas sim uma redução na capacidade visual.
Você tem todos os dentes na boca e tem uma mastigação normal? Excelente! Sua boca possui dentadura, ponte, implante, outras próteses ou falta algum dente? Isso mesmo, você possui uma deficiência, pois segundo a OMS, Deficiência é a ausência ou a disfunção de uma estrutura. Chocante!!! Não, nem um pouco, simplesmente um modo diferente de perceber o conceito de deficiência.
Claro que podemos ampliar este conceito para deficiência capilar se você perdeu os cabelos e é calvo ou careca. Deficiência óssea se perdeu massa óssea devido a osteoporose ou tem pinos e placas juntando seus ossos e assim por diante.
Na verdade este é um exercício para nosso ego, para percebemos que não somos tão perfeitos quanto acreditamos que sejamos; e para paramos com preconceitos em relação as pessoas portadoras de deficiências mais sérias do que as nossas.
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